A Deusa Paivatar é a representação pagã do Sol na Finlândia e irmã da Deusa Lua, Kuu. Lendas contam que ela vivia no céu, lugar onde tecia a luz dourada do dia para jogar sobre a terra.
O resgate de paivatar
Um dia o Sol foi roubado do céu pela bruxa Louhi, a desdentada das fazendas geladas ao norte, que usou uma música encantada para congelar o Sol e aprisioná-lo dentro de uma montanha de metal juntamente com a Lua.
Por cinco anos a noite permaneceu, e nos dez anos seguintes nem as estrelas eram mais visíveis.
Os Deuses não conseguiam mais suportar o frio e a escuridão, então chamaram o bardo Vainamoinen e o ferreiro Ilmarinen para acertar o mundo. O ferreiro forjou um novo sol de prata e uma lua de ouro e os pendurou no céu. O bardo avisou que não daria certo, pois meros metais não seriam o suficiente para iluminar o mundo.
Vainamoinen disfarçou-se e viajou à ilha da bruxa para resgatar as Deusas. Enfrentou capangas de Louhi e, adentrando na propriedade, deparou-se com nove portas, cada uma com três fechaduras, impedindo seu caminho. Ele voltou ao ferreiro e pediu-lhe para forjar um tridente, uma dúzia de picadores de gelo e diversas chaves. Ilmarinen pôs-se a trabalhar imediatamente e também forjou um colar pesado de metal.
Após perceber a invasão, Louhi disfarçou-se de águia e voou até a janela do ferreiro para vê-lo trabalhar. Perguntou-lhe casualmente o que estava fazendo e ele, notando que era a bruxa, disse-lhe que era um colar para prender uma bruxa à uma pedra.
Em terror, prevendo o futuro que lhe aguardava, Louhi voltou ao norte. Ela sabia que não poderia fugir deles então resolveu libertar o Sol e a Lua, voando em seguida de volta para o ferreiro, na forma de pomba. Lá ela avisou ao ferreiro que o sol estava subindo ao céu.
- Atribuições: Deusa do Sol, do dia, do verão e da tecelagem
- Símbolo: Sol, luz, calor
- Local: Finlândia
Fé para combater dificuldades
Coragem e esperteza foram necessárias para resgatar as Deusas de sua prisão e, num sentido mais profundo, são qualidades necessárias para a vida. A Finlândia é um país nórdico e no inverno tem um tempo chuvoso e muito nublado. Paivatar representa a luta anual contra o frio e a escuridão e a promessa de que a luz retornará para aquecer a terra.
Invocando Paivatar
O Solstício de Inverno (Yule na Roda do Ano Wicca) é a data associada ao momento em que Paivatar e sua irmã conseguiram a liberdade. A partir desta data o poder do Sol volta a ficar mais forte a cada dia.
O mito de Paivatar nos confronta com duas questões que vivenciamos durante diferentes momentos de nossas vidas: a ameaça de quem não nos quer bem, sendo capaz de nos inibir e a liberdade que podemos alcançar.
Cada personagem do mito de Paivatar mostra um aspecto de nós mesmos, como por exemplo, o inteligente ferreiro Ilmarinen, o valente bardo Vainamoinen e a bruxa Louhi que pode representar quem não nos quer bem ou nosso próprio aspecto negativo de autossabotagem ou autodestruição.
Para invocar Paivatar basta se sintonizar com seu eu interior. Para criar um ambiente propício você pode usar velas, incenso e criar um altar com símbolos de Paivatar. Fazer este pequeno ritual no Solstício de Inverno (21 de julho aqui no hemisfério sul) fará com que as energias fluam de forma mais positiva.
Itens necessários:
- Caldeirão
- Pedaço de papel
- Lápis ou caneta
- Altar com símbolos relacionados à Paivatar
- Incensos (opcional)
- Velas (opcional)
Sente-se de forma a ficar confortável e acenda as velas e os incensos caso deseje utilizá-los. Feche os olhos e comece a refletir sobre os diferentes aspectos de sua personalidade. Quais deles estão em total liberdade? Quais deles estão, de alguma forma, presos dentro de você? Por que eles estão presos? O que você pode fazer para libertá-los e deixá-los brilhar como o Sol?
Agora pegue um pedaço de papel e escreva como você visualiza estes aspectos no futuro. Escreva com detalhes, sempre emanando boas energias. Agradeça à Deusa pela inspiração. Queime o papel em seu caldeirão e jogue as cinzas em água corrente.