- Atribuições: Deusa do caos, da criação, da água salgada e da criatividade.
- Símbolo: Dragões, Serpentes, Terra, Água, Ar, Fogo e Metal.
- Local: Mesopotâmia / Babilônia
Muitos de nós já ouvimos falar da Deusa Tiamat, sua presença, distorcida ou não, é marcada na cultura popular geralmente como mãe de monstros, como um Dragão com sete ou nove cabeças e sempre poderosa. Essa Deusa realmente tem muito poder de acordo com o seu mito, mas é necessária uma maior interpretação dele para conhecermos sua verdadeira face.
No início de tudo havia somente a água salgada e nela habitava Tiamat, a força de todos os elementos e do caos em si. Algumas lendas a descrevem como uma serpente e outras como um misto de Dragão e mulher, mas todas convergem em uma verdade: Ela é a mãe de tudo que existe, inclusive dos próprios Deuses.
É dito que em determinado momento surgiu Apsu, personificação da água doce, e ele tomou Tiamat como consorte. Dessa união nasceram os primeiros Deuses, Lachmu e Lachamu, crianças irritantes que muito desagradavam o pai. Apsu tentou convencer Tiamat a matá-los e assim criar o céu e a terra, mas ela não concordou pois amava demais os filhos, relevava a irritação e perdoava seus erros.
Mais Deuses nasceram com o passar das gerações e eles descobriram o plano de Apsu. Com isso revoltaram-se e o mataram, para grande desgosto e ira de Tiamat. Diante da morte de seu esposo a Deusa passou a lutar contra seus filhos.
Com um novo companheiro, Kingu (também seu filho), gerou um exército de monstros: serpentes de garras venenosas, homens-escorpiões, leões-demônios, monstros-tempestade, centauros e dragões voadores… e partiu para o combate.
Marduk, um dos Deuses mais novos, quase foi engolido por Tiamat durante a batalha mas jogou uma tempestade em sua garganta, forçando-a a cuspí-lo. Em seguida ele disparou uma flecha de vento contra sua barriga, matando-a. Marduk cortou o corpo da Deusa. A metade superior tornou-se o céu e a inferior a terra. Sua saliva transformou-se nas nuvens e suas lágrimas derramadas durante a execução deram origem aos rios Tigre e Eufrates. Mesmo derrotada Tiamat permanece viva como sendo o grande círculo que tudo contém, representando a natureza e a própria vida.
Tiamat: Deusa do caos
Mesmo participando de uma guerra, Tiamat não é uma Deusa ruim, muito menos um monstro das trevas. Ela é mãe e lutou contra seus filhos a contragosto. O caos que ela representa é simplesmente a falta de ordem natural das coisas e não deve ser entendido de outra forma, afinal é do caos que nasce a ordem.
Algumas características do mito de Tiamat se assemelham ao mito de outra Deusa Mãe, Gaia. Alguns símbolos, o caos, a criação do céu e da Terra e etc estão bastante relacionados. Vale a pena a comparação.
Tiamat também é representada de forma caótica com diversas características animais pois isto simboliza a união de todas as constelações existentes, sendo ela o centro da Via Láctea.
De acordo com a épica Epopeia de Gilgamesh, em uma de suas viagens para mundos distantes ele teve a oportunidade de conhecer os “homens escorpiões”, o que parece ser uma clara indicação de visita à constelação de Escorpião e que nos remete ao mito de Tiamat novamente: Seriam os monstros criados por ela para enfrentar Marduk as constelações que conhecemos hoje?
Invocando Tiamat
Sendo a Deusa responsável pela criação, Tiamat pode auxiliar não somente em proteção, mas quando precisamos de mais criatividade em nosso dia a dia. Esse ritual é feito preferencialmente durante a Lua Cheia para atrair criatividade e inspiração para criar.
Você vai precisar de:
- 3 velas brancas
- Uma bacia de metal cheia de água com sal
Trace um círculo e disponha os itens dentro dele, é ideal que a água mostre o reflexo da Lua. Acenda as velas, relaxe e peça para à Deusa que purifique a água e a abençoe de forma que estimule sua criatividade. Visualize os aspectos de sua vida que podem ser beneficiados por essa criatividade e a felicidade que poderá proporcionar.
Levante a bacia e derrame a água sobre seus ombros, deixando que escorra e assim permitindo que a energia criativa de Tiamat flua por você. Agradeça à Deusa e desfaça o círculo, deixe as velas queimarem até o fim e depois descarte os restos em água corrente.
Sem duvidar necessariamente, mas fiquei curioso a respeito das fontes nas quais vc se baseou p escrever sobre esses vários deuses e deusas, com tanta propriedade e desenvoltura : … agradeceria muito se vc pudesse citar :
Olá Val.
As fontes para as postagens das Deusas são diversos livros e internet (forums e grupos), conforme vou indicando em algumas postagens. Para Tiamat tem o Enuma Elish que também é contido em Myths from Mesopotamia.
Cada cultura tem seus livros de “criação” e seus mitos. Além deles também recomendo livros da Patricia Monaghan.
Um abraço.
oii, vc teria algum livro sobre magia com dragões ou tiamat para recomendar? agradeço
amei o post
Olá, Sabrina! Especificamente sobre magia com dragões, não conheço 🙁
Sobre Tiamat, ela é mencionada no Enuma Elish, mas não conheço uma versão em português.
Atualmente estou lendo um livro chamado “Myths and Legends of Babylonia and Assyria”, um dos pioneiros a abordar os aspectos mitológicos e religiosos da região. Espero encontrar Tiamat por lá.
Procure por Alento do dragão é um sistema canalizado por Dragony e Morgana sacerdote e sacerdotisa bruxos.
Irei procurar! Muito obrigado pela dica, Kátia! 😀
A fonte é o poema original sumério Enuma Elish que significa “Quando nas alturas”. A interpretação do poema é extremamente complexa. A palavra “caos” é a chave para seu significado. Existe uma gravura babilônica que sintetiza tudo: são dois personagens, um é Tiamat representando o caos e outro é Shamash o deus do Sol. Ambos os personagens são “deuses” por terem chifres e asas. Shamash segura em ambas as mãos uma figuração de raios, por isso foi erroneamente interpretado como o deus do Sol. Tiamat uma criatura de aspecto demoníaco esta fugindo dele. Tiamat na verdade não é nenhuma deusa mas alegoricamente representa um panteão rebelde, daí estar associado a palavra “caos”. Não posso descrever publicamente em detalhes o significado dessas duas figuras mas essa representação mostra que alguns sacerdotes mesopotâmicos conheciam a verdadeira estrutura do Universo que nem mesmo os nossos cientistas modernos conhecem. Muito provavelmente a origem do poema é a Índia.
Graças a este site, no ano passado comecei minha devoção á Tiamat, já vão fazer 2 anos que sou devoto dela e só me trouxe benefícios, aqui foi um excelente começo pra me relacionar com ela pois magicamente falando poucos comentam sobre ela, hoje já variei muito com ela, trabalhei com ela em todas as fases da lua, e os trabalhos foram os mais variados, desde prosperidade e proteção até a maldição e vida amorosa. Uma Deusa completa.
Muito obrigado pelo seu comentário, Lucas!
Poucos comentam sobre ela mesmo. Estou lendo um livro atualmente sobre a religião na Mesopotâmia e espero encontrar algo sobre ela por lá. Quando terminar eu vou atualizar esse post e fazer um vídeo.
Abraços!
A fonte é o poema original sumério Enuma Elish que significa “Quando nas alturas”. A interpretação do poema é extremamente complexa. A palavra “caos” é a chave para seu significado. Existe uma gravura babilônica que sintetiza tudo: são dois personagens, um é Tiamat representando o caos e outro é Shamash o deus do Sol. Ambos os personagens são “deuses” por terem chifres e asas. Shamash segura em ambas as mãos uma figuração de raios, por isso foi erroneamente interpretado como o deus do Sol. Tiamat uma criatura de aspecto demoníaco esta fugindo dele. Tiamat na verdade não é nenhuma deusa mas alegoricamente representa um panteão rebelde, daí estar associado a palavra “caos”. Não posso descrever publicamente em detalhes o significado dessas duas figuras mas essa representação mostra que alguns sacerdotes mesopotâmicos conheciam a verdadeira estrutura do Universo que nem mesmo os nossos cientistas modernos conhecem. Muito provavelmente a origem do poema é a Índia.