Orixás: Quem são os 12 mais importantes na Mitologia Iorubá

Um Orixá é um Deus ou uma Deusa da Mitologia Iorubá e também de religiões afrodescendentes. Por isso, eles são bastante conhecidos como Deuses da Umbanda. Basicamente os Orixás são personificações das forças naturais e também do tempo, da vida, da morte e do renascimento.

Nesta página eu vou apresentar tudo o que você precisa saber sobre quem são os principais Orixás e como entendê-los tanto hoje na espiritualidade e no neo-Paganismo como em seu contexto original: a religião Iorubá.

Hoje nós os encontramos em cultos e práticas fora da África, o berço de todos eles. Muitos países nas Américas possuem Orixás como forças em suas religiões. Também temos, além disso, muitos casos onde o sincretismo contribuiu para espalhar a adoração a eles dentro de crenças Cristãs.

Eu escrevo este artigo para honrar estas divindades. Para honrar estes Deuses e estas Deusas. Embora eu não pratique nenhuma religião, eu já trabalhei com estas forças diversas vezes e conheço muita gente que é profundamente conectada com elas.

Aqui vai ser como uma jornada. Vou começar com história, para contextualizar e para que você saiba exatamente do que estou escrevendo, e depois entrar na mundo mágico, forte e místico dos Orixás.

Vamos?

Religião e Mitologia Iorubá – Uma introdução

Antes de podermos conhecer cada Orixá e suas energias, devemos entender suas raízes na Religião e Mitologia Iorubá (ou Yoruba). Para começar, Iorubá é um nome que engloba um grupo de pessoas que vivem na região da Nigéria, Benin e Togo, na África Ocidental. Seus contos e crenças são tão antigos quanto o tempo, anteriores à nossa era comum.

O que é muito importante saber agora é que essas pessoas compartilhavam crenças e costumes comuns. Foi nesta região que o poderoso Império Oyo floresceu. Este império tem origens míticas relacionadas ao último príncipe do reino de Ifé.

Mapa mostrando a região Iorubá na África Ocidental
Mapa mostrando a região Iorubá na África Ocidental

Este reino de Ifé é extremamente importante para nós aqui. Ifé significa algo como “a grande morada” e foi a primeira terra criada por Obatalá, o Orixá Criador.

Historicamente, Ifé (aka Ile-Ife) teve urbanismo avançado e foi um dos centros mais urbanizados da África antiga. Nos dias de hoje, nós nos referimos a essas áreas como Yorubaland (terra Iorubá). Portanto, podemos dizer que a África Ocidental, especificamente Nigéria, Benin e Togo formam o local onde Iorubá está localizado (se fosse um país, por exemplo).

A religião deste povo é feita principalmente de costumes, práticas e crenças que são transmitidas oralmente por gerações. Diferentemente da Religião e Mitologia Hindu, por exemplo, aqui não existem livros antigos contando os fundamentos de suas crenças ou descrevendo a criação do mundo segundo elas. Tudo consiste em canções, histórias e práticas.

E é exatamente por isso que existem diversas histórias, muitas vezes até contraditórias, sobre os Orixás.

Religiões Afrodescendentes nos dias modernos

Como mencionei acima, os Orixás são cultuados não apenas em seu berço, mas também em muitos outros países ao redor do mundo. Dentre essas religiões podemos destacar três, que são as maiores:

  • Santeria (principalmente em Cuba);
  • Umbanda (Brasil);
  • Candomblé (Brasil).

Essas religiões diferem entre si, mas suas crenças compreendem a energia e a presença dos Orixás.

Não vou entrar em detalhes sobre cada um delas, pois não é o foco deste artigo. Se você se interessar pelas religiões em si, sugiro a leitura dos seguintes artigos:

Mapa do tráfico de escravos e a origem da Santeria, Umbanda e Candomblé - Como os Orixás viajaram pelo mundo
Mapa do tráfico de escravos e a origem da Santeria, Umbanda e Candomblé

Embora sempre ocorram diferenças, todos os 12 Orixás principais que apresentarei aqui são cultuados principalmente na Umbanda e no Candomblé. Por isso mencionei que eles são comumente chamados de Deuses da Umbanda. É muito comum encontrarmos diferentes histórias e versões que explicam ou contam a mesma coisa quando falamos de religiões, panteões e mitologias. Com a Iorubá não é diferente!

Escrevo isso porque já fui literalmente atacado no Twitter e no Youtube por causa dessas diferenças. Portanto, se você encontrar aqui algo diferente do que lhe foi ensinado como praticante, você não precisa me atacar. Pode escrever educadamente me contando a versão que você conhece que ela ficará pública na sessão de comentários ao final do artigo.

Um dado interessante que ilustrará como os Orixás estão presentes nessas religiões e também em outras por meio do sincretismo: no Brasil, cerca de 3,2% da população segue as chamadas “outras religiões”. A Umbanda, o Candomblé, o Islamismo, o Budismo e outras religiões pertencem a esse grupo. O restante da população segue o Catolicismo, o Protestantismo, o Espiritismo ou nenhuma religião.

Mesmo que a Umbanda e o Candomblé pareçam impopulares por aqui, a verdade é que podemos encontrar muitos cristãos que também acreditam e cultuam os Orixás. Eles podem não participar de todos os costumes, mas eles conhecem e louvam esses deuses.

Além dessas religiões, é totalmente comum encontrar bruxas e pagãos trabalhando energicamente com essas divindades também. As Orixás Mulheres como Iemanjá, Nanã Buruquê e Iansã, são comumente associadas ao Sagrado Feminino e podem ser consideradas diferentes aspectos da Deusa Tríplice. E os Orixás Homem são associados às faces do Deus neste caso.

Feitiços, Divinação e Rituais Iorubá

Uma coisa comum entre todas as religiões derivadas da Iorubá é a presença de feitiços, métodos de adivinhação e rituais.

Desde simples feitiços como oferecer comida a um Orixá (comumente chamada de “ebó”) até complexos rituais como isolar uma pessoa durante alguns dias para que “renasça” como filho/filha de um Orixá, encontramos uma variedade de costumes que também podem ser naturalmente adotados pelos praticantes modernos de bruxaria.

Uma ferramenta de adivinhação comum é chamada de “búzios” que consiste em 16 conchas que são lançadas em uma superfície preparada. A pessoa saúda os Orixás e conversa com eles durante a sessão. As respostas são dadas de acordo com a forma como as conchas caem na superfície, abertas ou fechadas. Aqui no Santuário Lunar você pode jogar o jogo de búzios online grátis.

Exemplo de Ebó e da concha de Búzios para adivinhação - oferenda e divinação com Orixás
Exemplo de Ebó e da concha de Búzios para adivinhação (fonte – fonte)

De uma forma, o jogo de búzios lembra o método de adivinhação com Runas do povo nórdico.

Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, assim como em outras religiões derivadas da Iorubá, é comum chamar os feitiços e trabalhos mágicos de “macumba”. Pessoas de outras religiões costumam ter algum preconceito contra a macumba, afirmando que é uma forma da chamada “magia negra”. Hoje também existe o chamado Macumba Online que você pode fazer sem sair de casa.

A verdade é que a macumba é um conjunto de ritos e feitiços que podem ser realizados para atrair, banir, prender ou liberar energias, espíritos, bens materiais e tudo o que o praticante desejar. Essas macumbas também podem ser feitas com as energias dos Orixás, mas isso não é obrigatório.

A criação do mundo de acordo com a Mitologia Iorubá

As histórias da criação são encontradas em todo o mundo. Curiosamente, a maioria delas compartilha coisas em comum de uma forma ou de outra. Vou escrever brevemente sobre a criação do mundo segundo os Iorubás para que possamos estar mais preparados para conhecer os 12 Orixás prinicpais. Também escrevi sobre isso, focando o aspecto da vida e da morte, no artigo Orixás e o Equilíbrio entre a Vida e a Morte (Orishas and the Balance Between Life and Death) para o Folklore Thursday (artigo em inglês).

Basicamente, no início, havia apenas água. Mas não um rio ou um oceano. Simplesmente água. Nenhuma vida existia nesta água. Os Orixás já existiam e viviam no céu, acima deste espaço aquoso. Às vezes, eles desciam do céu usando teias de aranha para brincar na água.

Após a brincadeira, eles simplesmente voltavam para o céu.

Um dia, Olorun, o criador supremo, pensou em criar terra firme. A ideia era criar um espaço onde todos pudessem ir não só para brincar mas também para passear e fazer outras coisas. Ele conversou com Oxalá e atribuiu a ele a tarefa de criar terras.

Para fazer isso, Oxalá recebeu uma concha cheia de terra, uma galinha de cinco dedos e um pombo.

Oxalá desceu do céu e jogou a concha na água. A terra que estava dentro da concha caiu sobre ela e cobriu um pequeno espaço. Em seguida, colocou a galinha de cinco dedos e a pomba neste espaço coberto de terra. Os dois animais começaram a espalhar a terra, cobrindo uma grande área.

Depois de um tempo, a terra ficou firme o suficiente para os Orixás caminharem sobre ela. Esta terra recebeu o nome de Ifé (grande morada). O próximo passo foi a criação de toda a vida. Oxalá criou árvores, animais e muitas outras coisas.

Após tentativas e erros, ele finalmente conseguiu criar seres humanos que povoaram a terra e cultuaram os Orixás como seus criadores e fontes naturais de poder.

Os 12 Orixás principais: Deuses e Deusas da Mitologia Iorubá

Agora que você tem a base necessária, podemos continuar. A partir de agora vou trazer a lista de Orixás com os 12 mais importantes. Quantos Orixás existem? Dizem que existem mais de 400 Orixás diferentes por aí! Este artigo vai focar em 12 apenas.

Vou começar pelos Orixás Homem, ou Deuses Orixás como podemos chamá-los. E então seguirei com as Orixás Mulheres, as Deusas Orixás.

Vamos começar?

Esta é a lista dos Orixás que que você encontrará vai encontrar aqui:

Oxalá

Orixá Oxalá também é conhecido como Obatalá, Orixanla e Oxalufã.

Oxalá criou o mundo, todos os seres vivos e os seres humanos. Ele pode ser representado como um homem velho ou jovem. Independente da forma como ele é apresentado, ele é sempre sábio.

Quem é o Orixá Oxalá

Ele tem muitas histórias diferentes sobre seus feitos e aventuras, mas vou escrever brevemente sobre uma das minhas histórias favoritas envolvendo ele.

Um dia, Oxalá e Exú discutiram sobre quem era o Orixá mais antigo de todos. A partir dessa discussão, iniciou-se uma briga.

Oxalá derrubou Exú três vezes e Exú se levantou depois de todas elas. Esta luta foi principalmente uma luta física, nenhuma magia estava envolvida.

As pessoas que estavam assistindo sugeriram que Exú poderia usar seu poder mágico para vencer Oxalá. Exé fez isso. Pegou uma cabaça e a abriu, espalhando uma misteriosa fumaça branca sobre Obatalá. Quando a fumaça desapareceu, Obatalá notou que a cor de sua pele também havia desaparecido. Ele tornou-se albino!

Ambos continuaram lutando e Oxalá acabou vencendo. Como prêmio, levou a cabaça de Exú para ele.

Agora, dizem que os albinos são altamente protegidos por Oxalá.

Orixá Oxalá sempre veste roupas brancas. Seu elemento é o vento.

Ele é equilibrado e geralmente tolerante.

Xangô

Xangô é um Orixá guerreiro que está sempre pronto para lutar e proteger quem precisa. É importante observar que seu comportamento também pode levá-lo a brigas desnecessárias.

Ele rege o elemento fogo, mas também está relacionado com tempestades e raios, assim como sua esposa Iansã (Oyá). Dizem que ele pune todos aqueles que mentem e enganam os outros.

Quem é o Orixá Xangô

Diz-se que ele era o imperador de Oyo, hoje Nigéria. Certa vez, ele quis aumentar seus poderes de uma forma absurda. Ele ordenou a todos os feiticeiros do império que produzissem algum tipo de poção mágica para ele, mas todos falharam.

Xangô então chamou Exú. Exú aceitou a tarefa e disse que produziria uma espécie de remédio capaz de realizar os desejos de Xangô.

Sete dias depois, Oyá (Iansã), esposa de Xangô, foi até a casa de Exú para buscar o remédio. Era um estranho pó vermelho. Oyá viajou de volta para entregar o remédio a Xangô, mas durante a viagem, ela parou para descansar e se perguntou como seria o sabor daquele pó vermelho.

Ela experimentou um pouco. Não havia gosto algum.

De volta a Oyo, Oyá entregou a Xangô o pó vermelho. Xangô perguntou a ela se Exú havia dado instruções de como usar aquele pó. Quando ela começou a falar, fogo saiu de sua boca. Xangô percebeu que ela havia tomado o “remédio” e ficou bravo com ela.

Ele tentou puni-la, mas ela fugiu. Ela se escondeu entre carneiros. Xangô lançou raios em todas as direções, matando todos os carneiros. Oyá se escondeu de baixo dos carneiros mortos e conseguiu escapar da ira de Xangô.

Xangô voltou para casa, inconformado e ainda com raiva. As pessoas pediam para ele se acalmar e perdoar Oyá. Após um tempo, ele se acalmou e Oyá conseguiu voltou para casa.

Durante a noite, Xangô pegou o misterioso pó vermelho e subiu até o topo de uma montanha. Ele podia ver todo o império de lá. Lá em cima, ele colocou o pó vermelho na língua e começou a cuspir fogo. Então ele colocou um pouco mais. E ele cuspiu mais fogo. Ele ficou incontrolável – como sempre – e quando percebeu, todo o império estava em chamas.

Tudo estava perdido. Tudo teve que ser reconstruído novamente.

Xangô aprendeu a controlar o fogo e passou a usá-lo para proteger quem precisava.

Xangô é um Orixá guerreiro que usa roupas vermelhas e carrega dois machados duplos nas mãos.

Ao colocar simbolicamente esses dois machados duplos no peito, pode-se invocar Xangô para proteção.

Ele é impulsivo e violento, mas justo.

Ogum

Ogum é o Orixá ferreiro, aquele que cria as armas para os outros Orixás. Ele também é o responsável pelo trabalho em geral. No entanto, ele é conhecido por ser vingativo e agressivo, principalmente contra as mulheres.

Ogum criou muitas coisas que ajudaram a humanidade a florescer. Ele também ensinou agricultura aos humanos. Mesmo tendo esse aspecto “legal”, Ogum é considerado principalmente como um homem impulsivo que usa a violência para conseguir o que quer – por isso também é visto como um Deus da guerra!

Quem é o Orixá Ogum

Diz-se que Ogum teve muitas amantes. Enquanto algumas realmente queriam estar com ele, outras eram apenas vítimas de seus desejos. Ele vivia dentro de uma floresta e teria relações com qualquer mulher que entrasse na mata.

Outras histórias contam que Ogum era casado com Oyá / Iansã. Um dia, Xangô – irmão de Ogum – quis ter Oyá como esposa. Alguns dizem que Xangô teve 3 esposas. Para obter Oya, Xangô entrou em uma batalha contra Ogum.

Ogum, como ferreiro e Orixá das guerras, ia bem preparado para a luta. Ele usava armadura de metal e tinha armas nas mãos. Xangô, o impulsivo, só tinha uma pedra.

A batalha começou e Xangô saiu vitorioso, contra todas as probabilidades. Ele jogou sua pedra em Ogum e o corpo de Ogum pegou fogo. A pedra era na verdade uma “pedra do trovão” conhecida como “edum ará”.

Oya casou-se com Xangô e viveu com ele em seu palácio em Oyo.

Ogum sempre usa roupas azuis escuras e também pode usar peças de armadura. Ele é seguido por cachorros.

Ele governa o elemento terra.

Oxóssi

Orixá Oxóssi, também conhecido como Ochossi ou Odé, é o caçador. Ele é quem fornece comida e proteção para todas as pessoas. Além disso, ele também é associado à prosperidade e abundância, principalmente no aspecto alimentar.

Há histórias que explicam como ele se tornou caçador e também como começou a viver nas florestas.

Quem é o Orixá Oxóssi

Oxóssi e Ogum são irmãos. Ogum, como expliquei acima, é um guerreiro e cria armas. Um dia, Ogum chegou de uma batalha e encontrou Oxóssi assustado e isolado. Ele estava se escondendo porque invasores haviam conquistado a maior parte da vila em que ele morava e matado muita gente. Eles estavam prestes a matá-lo também! Imediatamente, Ogum, mesmo cansado, iniciou uma luta contra todos os invasores e derrotou todos eles! Oxóssi foi salvo!

Ogum ficou preocupado porque sentiu que Oxóssi precisava saber se defender. Então ele ensinou Oxóssi como usar um arco e flechas. Oxóssi aprendou rapidamente com seu irmão e se tornou um grande caçador! A partir de agora, Oxóssi não era apenas capaz de caçar, mas também capaz de defender a si mesmo e aos outros com seu arco e flechas.

Oxóssi desenvolveu uma paixão tão grande por caçar e alimentar os outros que ele passou a entrar na floresta todos os dias. Ele morava com sua mãe, Iemanjá. Temendo pela segurança de seu filho, Iemanjá buscou o conselho de um Babalaô (os oráculos na cultura Iorubá são conhecidos como Babalaô e Iyalaô – o primeiro é para homens e o último para mulheres) e ele diz a ela para impedir Oxóssi de entrar nas profundezas da floresta porque Ossaim, o Orixá que governa as florestas, poderia prendê-lo lá dentro.

Ela diz então ao filho para evitar ir à floresta, mas ele não a ouve. Ele continua indo. Um dia, nas profundezas da floresta, ele finalmente encontra Ossaim que lhe dá uma poção para beber. Claro, ele bebe! Imediatamente após bebê-la, Oxóssi perde a memória e a partir deste momento passa a viver com Ossaim nas profundezas das florestas.

Ogum fica sabendo da situação. Como você já sabe, Ogum é um guerreiro violento. Ele decide entrar na floresta e procurar seu irmão. Mesmo que precise lutar contra Ossaim em seu reino, ele quer o irmão de volta. No final, ele encontra Oxóssi e o traz de volta para casa em paz.

No entanto, Iemanjá não conseguiu perdoar Oxóssi por desobedecê-la e ela não o aceita de volta em casa. Oxóssi parte novamente e, desta vez, decide morar com Ossaim. Na floresta. Para todo sempre.

Oxóssi é intuitivo e emocional. Ele veste roupas verdes claras e azuis.

Ele governa as florestas, como Ossaim.

Ossaim

Ossaim é o Orixá que governa as florestas. Ele é um curandeiro que conhece todas as ervas e suas propriedades, além de saber como realizar feitiços e encantamentos.

Há uma história que explica como Ossaim conheceu o poder das plantas e acabou se tornando um grande curador. Tudo começou quando Orunmilá, um poderoso Orixá ligado a profecias e adivinhações, atribuiu a Ossaim muitas tarefas – como se fosse seu escravo. Ossaim executou todas elas e durante uma delas entrou na floresta. Dentro da floresta, ele conheceu Aroni, um gnomo vestindo um capuz e pulando em uma perna apenas. Os dois se tornaram amigos e Aroni compartilhou com Ossaim todos os segredos relacionados a ervas, plantas e flores. Dessa forma, Ossaim foi capaz de identificá-los facilmente.

Quem é o Orixá Ossaim

Um dia, Orunmilá ordenou a Ossaim que preparasse uma grande porção de terra porque queria começar a plantar e cultivar o solo. Para isso, Ossaim deveria retirar as plantas nativas. No entanto, ele se recusou a realizar a tarefa porque identificou as plantas. Ele viu plantas capazes de curar diversos tipos de dores, hemorragias, febres e muito mais. Orunmilá ficou impressionado!

A partir desse momento, sempre que Orunmilá era solicitado a ajudar as pessoas com a adivinhação (principalmente com o jogo de búzios), ele também pedia a Ossaim que prescrevesse ervas para a cura. Ossaim ficou conhecido como médico!

Ossaim começou a vagar pelas terras. Onde quer que ele fosse, sua fama já estava lá. As pessoas espervam que ele as curasse. Ossaim ficou tão famoso que lhe pediram para curar um rei. Ele o fez e o rei lhe ofereceu muitas riquezas. Ele recusou. Ele não precisava delas.

Depois de uma longa viagem, voltou para as matas, onde mora até hoje.

Ossaim é calmo, emotivo e tem muita intuição.

Ele veste roupas verdes claras e brancas.

Ele é um curandeiro que governa as florestas.

Exú

Exú, também conhecido como Esu ou Bará é o malandro e também o Orixá mais popular que existe. Ele está profundamente relacionado com magia, macumba, milagres e adivinhação. Ele conhece todos os poderes e regras ocultos.

Há uma história que explica como Exú adquiriu tanto conhecimento e se tornou tão poderoso. Diz-se que inicialmente ele não tinha nada. E por nada, podemos entender nenhum conhecimento, nenhum trabalho, nenhuma riqueza, nenhum lugar para morar. Exú costumava vagar livremente sem destino algum.

Quem é o Orixá Exu

Um dia chegou à casa de Obatalá (Oxalá). Muitas pessoas, incluindo Orixás e humanos, costumavam visitar a casa de Obatalá. Levavam ao velho Orixá algumas oferendas, presentes, e também pediam orientações. No entanto, todos que o visitavam, ficavam alguns dias e depois voltavam para casa.

Exú fez diferente. Ele ficou na casa de Obatalá por 16 anos! Ele nunca fez uma única pergunta. Ele apenas observou como Obatalá trabalhava, como ele criava os humanos do barro. Exú estava tão concentrado em observar Obatalá que aprendeu tudo com ele.

Um dia, Obatalá estava tão ocupado que pediu a Exú que guardasse sua casa e impedisse a entrada de pessoas para lhe oferecer presentes. Exú parou em uma encruzilhada e parou todos que passavam em nome de Obatalá. Dali em diante, toda oferenda dedicada a Obatalá deveria ser entregue na encruzilhada para Exú primeiro. Exú os reunia e finalmente os levava a Obatalá em grande número, não individualmente.

Obatalá observou o quanto Exú estava trabalhando e decidiu recompensá-lo. A partir de então, ficou decidido que todos que quisessem fazer uma oferenda a Obatalá também deveriam prestar homenagens a Exú. E também, todos que visitarassem Obatalá deveriam prestar homenagens a Exú ao partir.

Dessa forma, Exú não apenas se tornou sábio, mas também rico e próspero. Ele conseguiu um emprego, uma casa e tudo o que desejava.

Em relação à sua natureza trapaceira, Exú é conhecido por pregar peças, enganar e até mesmo ajudar aqueles que lhe pedem ajuda para fazer algumas coisas “inadequadas”. Por exemplo, há uma história em que um rei mandou um homem a julgamento por fazer fofoca e espalhar desinformação dentro do reino. Este homem propôs um desafio ao rei para provar que ele não era mentiroso. O desafio, no entanto, ERA uma mentira em si. O homem pediu ao rei que plantasse sete inhames cozidos e prometeu que, em doze dias, todos teriam florescido. Ele também exigiu que esses sete inhames fossem plantados na frente de todos.

Após receber um ebó (oferta de comida), Exú ajudou o homem enganando os guardas do rei. Ele fez alguns bois aparecerem nos telhados dos currais. Quando todos ficaram surpresos com a situação, o homem trocou os inhames cozidos por inhames de verdade. A plantação foi um sucesso!

Exú é intrusivo e às vezes agressivo.

Seu elemento é o fogo e ele usa roupas pretas e vermelhas.

Omulu

Orixá Omulu, também conhecido como Obaluaê ou Sopona é o curador, mas também aquele que espalha doenças. Ele está relacionado com a morte e também com a magia.

Omulu é um dos filhos de Nanã Buruquê. Diz-se que ela teve alguns filhos Orixás, mas dois deles simbolizam aspectos opostos da vida. Omulu era considerado o feio, enquanto seu irmão Oxumaré era o belo.

Quem é o Orixá Omulu

Existem várias histórias para explicar como Omulu conseguiu suas roupas que cobrem todo o seu corpo e rosto, mas uma das mais comuns é que Nanã sentiu tanta pena dele que decidiu cobrir tudo para evitar que ele sofresse. Além de sua aparente feiúra, Omulu também tinha muitas doenças de pele, inclusive a varíola – o que contribuía para sua aparência.

Enfim, o Orixá Omulu costumava ser bem calado. Ele estava sempre sozinho, morando sozinho… em uma festa específica, todos os Orixás estavam juntos. Ele resolveu ficar sozinho num canto, sentado. Os outros estavam dançando e bebendo muito. Em um determinado momento, eles ficaram bêbados e começaram a provocar Omulu para que se levantasse e dançasse também.

Ele não queria dançar, principalmente porque tinha uma perna de pau e não podia dançar como os outros. Eles zombaram tanto Omulu que ele se levantou e dançou um pouco. Isso não bastava, ele continuou a ser provocado. De repente, um dos Orixás tropeçou nele e ele caiu no chão, expondo sua perna de pau.

Todos os outros riram dele. E, claro, ele ficou bravo. Ele se levantou usando sua bengala e tocou cada um com ela. Todos os Orixás que foram tocados ficaram gravemente doentes! A festa acabou.

Obatalá tomou conhecimento da situação e decidiu punir Omulu por espalhar a doença entre os Orixás. (Sinceramente, eu teria feito o mesmo que Omulu!)

Quando Omulu soube que Obatalá estava indo até a casa casa, ele fugiu para as matas e lá se escondeu. Obatalá o sentenciou a morar lá e não se aproximar mais de outros Orixás ou humanos.

Omulu é tranquilo e vingativo. Seu elemento é a terra.

Ele usa roupas feitas de palha que cobrem todo o corpo e o rosto. Por baixo, diz-se que ele usa as cores preto e vermelho.

Oxumaré

Oxumaré é o Orixá relacionado ao arco-íris e também à beleza e à riqueza. Ele é retratado como um ser andrógino e é considerado a união entre as energias masculina e feminina – às vezes é até retratado como uma mulher. Ele também é o criador do arco-íris e um arco-íris também pode ser a personificação de Oxumaré. Além disso, ele é o mais belo de todos os Orixás.

Diz-se que Omulu e Oxumaré são irmãos. Omulu é considerado feio e Oxumaré é o ser mais bonito do mundo. No entanto, isso não foi o suficiente para livrá-lo de problemas ou maldições. Por alguma razão, Oxumaré foi amaldiçoado a viver como um metamorfo. Ele é um homem, às vezes se torna uma mulher e às vezes se torna uma cobra.

Quem é o Orixá Oxumaré

Essa natureza mutável fez de Oxumaré um ser versátil. Ele aprendeu a impressionar os outros com sua beleza de mulher e também de homem; ele também aprendeu a assustar as pessoas na forma de uma cobra ou até mesmo de uma cobra-monstro.

Uma história sugere que Oxumaré não gostava dessa natureza mutável porque não podia ter nenhum relacionamento estável. Sempre que ele estava apaixonado por alguém, ele se tornava um monstro e perdia seu amor. Com o tempo, ele sentiu que isso era uma maldição imposta por sua mãe, Nanã.

Oxumaré conheceu Exú, o Orixá trapaceiro. Durante o encontro, Exú aproveitou para causar alguns estragos e disse a Oxumaré que Nanã era realmente culpada por sua maldição de metamorfose e o convenceu a se vingar dela, roubando sua coroa e se tornando o rei do povo Jeje.

Ele levou as palavras de Exú a sério e entrou no castelo de sua mãe na forma de uma cobra terrível. Ele ameaçou matar pessoas ali até que sua mãe interviu e ofereceu-lhe a coroa como forma de fazê-lo parar.

Oxumaré se tornou um rei.

Apesar dessa história, as histórias de Oxumaré costumam ser menos dramáticas, pois ele costuma ser mais associado à beleza e à riqueza. Sempre que as pessoas estão tristes, por exemplo, ele aparece no céu como um arco-íris e lembra às pessoas que a beleza está ao seu redor.

Oxumaré é um Orixá calmo e tranquilo. Seu elemento é a água.

Ele veste roupas verde-claro e azul-claro e também tem as sete cores do arco-íris ao seu redor.

Iemanjá

A Orixá Iemanjá, também conhecida como Yemanjá, Yemana ou Janaína, é uma das Orixás mais populares de todas. Ela é considerada a mãe de tudo e está associada aos mares. Ela protege mulheres, crianças e pescadores. Embora ela esteja principalmente relacionada ao mar e às águas salgadas, ela também é adorada por pessoas que vivem longe dos oceanos como uma poderosa Deusa Mãe.

Existem várias histórias sobre Iemanjá e algumas delas têm algumas informações conflitantes. Por exemplo, uma das mais famosas conta como os mares e oceanos foram criados por ela. Nesta história, temos Obatalá (o Céu) e Odudua (a terra primordial) – este é um tema semelhante encontrado em muitas outras mitologias, como a história de Gaia e Uranos na Mitologia Grega e Nut e Geb e na Mitologia Egípcia. A união deles dá à luz Aganjú (terra, de uma forma que podemos caminhar sobre ela) e Iemanjá (água). Aganjú e Iemanjá têm um filho chamado Orungã.

Quem é a Orixá Iemanjá

Um dia, Orungã esperou que seu pai se ausentasse e estuprou Iemanjá. Depois disso, ela fugiu para o topo de uma montanha, mas ele a seguiu. Lá, ela chorou e formou os rios que inundaram a terra e criaram os oceanos. Antes que Orungã pudesse encontrá-la, ela morreu e seu corpo criou montanhas, vales e todas as formas de água que poderiam fluir para inundar a vasta terra.

De sua morte nasceram muitos filhos Orixás (agora vem a informação conflitante):

  • Xangô, o Orixá do Trovão;
  • Ogum, o Orixá Guerreiro;
  • Oyá (Iansã), a Orixá do Rio Níger;
  • Oxum, o Orixá do Rio Oshun;
  • Obá, o Orixá do Rio Obá;
  • Oxóssi, o Orixá Caçador;
  • Omulu, o Orixá da Varíola;
  • Dadá, o Orixá dos vegetais;
  • Olokun, o Orixá do mar profundo;
  • Olossa, o Orixá dos lagos;
  • Okó; o Orixá da lavoura;
  • Oloke; o Orixá das montanhas;
  • Ajê Saluga. o Orixá da saúde;
  • Orum, o sol;
  • Oxu, a lua.

Eu disse que há informações conflitantes porque há várias histórias que sugerem que Iemanjá, Oxum e Oyá também são irmãs. Outros sugerem que Omulu é filho de Nanã, que o rejeitou por sua feiúra e se desfez dele. Iemanjá o encontrou, curou e o adotou.

A Orixá Iemanjá usa vestes brancas e azuis. Ela geralmente segura um espelho em uma das mãos.

Ela é calma e tranquila.

Oxum

A Orixá Oxum, também conhecido como Osun, é a Orixá dos Rios e do Amor. Ela também está associada a riquezas, gravidez e fertilidade. Iemanjá é sua mãe (em alguns relatos são irmãs). Oxum também é considerada uma Deusa Mãe e é muito comum que seus adoradores sejam conhecidos como “filhos de Oxum”.

Ela é uma Orixá muito interessante porque metaforicamente desafiou as regras do patriarcado.

Quem é a Orixá Oxum

Um dia ela simplesmente decidiu que queria aprender a arte da adivinhação usando Búzios (a ferramenta de adivinhação que mencionei no início deste artigo), mas esta arte não poderia ser ensinada a ela. Apenas Obatalá (em algumas histórias Obatalá e Exú) sabia como usá-lo porque ele foi ensinado por Orunmila, o responsável pela adivinhação, conselhos e conhecimentos gerais. As pessoas que podem jogar Búzios estão pedindo respostas aos Orixás na verdade. Os próprios humanos não têm poder ou conhecimento para jogar sozinhos.

Enfim, Oxum queria aprender a todo custo, mas Obatalá sempre dizia não a ela.

Um dia, Obatalá resolveu banhar-se em um rio. Ele tirou as roupas e as pendurou em uma árvore. Enquanto ele se banhava, Exú, o trapaceiro, apareceu e viu a situação. Obviamente, ele decidiu se divertir e roubou as roupas brancas de Obatalá. Ele então gritou: “O rei é um rei mesmo quando não usa roupas?”.

Obatalá notou Exú, mas era tarde demais. Ele fugiu com a roupa e deixou Obatalá nu.

Oxum, que estava passando, encontrou Obatalá nu e envergonhado na beira do rio. Ela perguntou o que havia acontecido e ele contou como Exú o havia enganado. Ela propôs um acordo: ela recuperaria as roupas brancas de Obatalá e, em troca, ele acabaria por ensiná-la a usar Búzios para adivinhação.

Obatalá relutou, mas acabou concordando com ela. No fundo de seu coração, ele não acreditava que Oxum seria capaz de obter algo de volta de Exú.

Oxum foi atrás de Exú e, ao encontrá-lo, pediu a roupa de volta. Exú não estava disposto a devolvê-la, mas a beleza de Oxun era capaz de enlouquecer qualquer homem ou mulher. Ela seduziu Exú, dormiu com ele e pegou as roupas de Obatalá de volta.

Oxum voltou ao rio onde Obatalá, nu e envergonhado, ainda esperava por suas roupas e as devolveu a ele em troca do conhecimento que ela tanto desejava.

Agora, Oxum tornou-se a primeira mulher e a primeira entre as Orixás capaz de jogar os Búzios e obter o poder da adivinhação!

A Orixá Oxum usa vestidos amarelos dourados. Ela sempre segura um espelho para admirar sua própria beleza e ensinar seus filhos a se amarem acima de tudo.

Assim como sua mãe, ela também é calma e tranquila.

Iansã / Oyá

Orixá Iansã, também conhecida popularmente como Oyá, é a Orixá das tempestades, trovões e ventos fortes. Ela pode trazer destruição e também preparar o solo para um novo começo. Ela geralmente é considerada a irmã de Iemanjá, mas alguns contos também a descrevem como filha dela.

Embora ela controle as tempestades, seu principal elemento é o fogo. Iansã é casada com Xangô, um Orixá guerreiro que também tem o fogo como elemento. Ambos são lutadores que protegem seus seguidores.

Quem é a Orixá Iansã

Oyá é seu nome principal. Seu outro nome, Iansa ou Iansã, que significa “mãe de 9 filhos”. Dizem que ela não poderia ter filhos. Um dia ela pediu um conselho a um Babalaô e ele lhe disse que ela teria filhos se ele fizesse um ebó (oferta de comida) com cordeiro. Ela fez. Logo depois teve 9 filhos, ganhando o nome de Iansã.

Os cordeiros são sagrados para ela. Primeiramente pelo ebó que ela preparou para ser mãe. Em segundo lugar, eles a protegeram da fúria de Xangô quando ela experimentou o pó mágico feito por Exú para Xangô (escrevi sobre isso acima, na seção de Xangô). Ela nunca mais comeu cordeiro depois dessas ocasiões.

Há uma história que explica como ela se tornou tão poderosa e capaz de manejar armas e magia. Diz-se que ela queria se tornar poderosa e mais forte que os homens e os outros Orixás. Então ela usou sua beleza e seduziu muitos homens para adquirir suas habilidades mais preciosas. Inteligente! Algumas das habilidades mais importantes foram obtidas assim:

  • Com Ogum, ela aprendeu a manejar a espada;
  • Com Oxaguiã aprendeu a manejar o escudo;
  • Com Exú, ela aprendeu a usar o poder mágico do fogo;
  • Com Oxóssi, ela aprendeu a caçar;
  • Com Logum Edé, aprendeu a pescar;
  • Com Xangô, ela aprendeu o poder de fazer justiça e como usar os raios;
  • De Omulu, porém, ela não conseguiu aprender nada, pois não conseguiu seduzi-lo.

Ela até aprimorou o poder mágico que aprendeu com Exú e tornou-se capaz de se transformar em um búfalo d’água. Ela usa essa transformação para atacar quem ataca seus filhos e protegidos.

Há outra história que conta como Iansã se tornou a rainha dos mortos, sendo responsável por enviar eguns (almas dos mortos) para o outro mundo. Conta-se que os Orixás deram uma festa e Omulu foi com suas tradicionais roupas de palha. Ninguém queria dançar com ele – como sempre. Oyá, porém, começou a dançar com ele. Ela provocou fortes ventos que levantaram as roupas de Omulu, revelando sua aparência.

Todos ficaram surpresos porque ele era bonito. Omulu ficou feliz! Tão feliz que decidiu compartilhar o reino dos mortos com ela. Ela se tornou Oyá Ibalê, a rainha dos mortos. Com sua dança ela provoca ventos e sacode o iruquerê, sua batuta com rabo de búfalo (ou cavalo) capaz de mandar embora os eguns.

Iansã usa um vestido vermelho e segura uma espada em uma das mãos. Ela também segura um rabo de búfalo (ou cavalo) na outra mão, simbolizando seu poder de domar as forças da natureza e afastar eguns e más energias.

Ela é impulsiva, agressiva e não pode ser controlada. Assim como uma tempestade.

Seu elemento é o fogo e ela usa roupas vermelhas.

Nanã Buruquê

A Orixá Nanã Buruquê, também conhecida como Nana Buruku ou simplesmente como Nanã, é a mais respeitada entre todas as Orixás. Ela é uma velha que conhece todos os feitiços secretos e conhecimentos ocultos por aí. Ela é capaz de curar feridas e doenças, bem como lançar maldições e pragas. Ela também é a esposa de Obatalá, o Criador.

Ela mora no leito do rio. Na verdade, ela vive onde a terra encontra a água e forma lama. Foi ela quem deu lama a Obatalá quando ele estava criando os humanos. Ele tentou criar humanos do ar (seu elemento), da madeira e de muitos outros tipos de materiais, mas não teve sucesso. Quando ela ofereceu lama, ele finalmente conseguiu criar seres humanos perfeitos. No entanto, um acordo foi feito: Quando os humanos morrem, eles devem voltar para sua morada e se tornar lama novamente.

Quem é a Orixá Nanã

Há uma história que conta como Nanã proibiu seus filhos e seguidores de usar facas e metais em geral durante rituais e cerimônias. Todos os metais e armas pertencem a Ogum, o Orixá ferreiro. De certa forma, todas as oferendas e rituais eram feitos com esses metais, então todos precisavam da permissão de Ogum para serem realizados.

Nanã não gostou da ideia de ter de pedir a permissão de Ogum para receber seus trabalhos ou para ser elogiada. Então ela o desafiou dizendo que não usaria mais faca e que seus filhos e seguidores também não usariam. A permissão de Ogum não seria solicitada para fazer oferendas a Nanã.

No final, todos aqueles que desejam oferecer algo a Nanã Bueuquê devem usar ferramentas de madeira. Nunca de metal! Mesmo as facas devem ser feitas de madeira. Dessa forma, as oferendas à Nanã vão diretamente para ela.

Orixá Nanã Buruquê usa vestidos roxos. O branco também é uma cor que a representa. Ela carrega na mão um Ibiri, que é uma ferramenta capaz de afastar os maus espíritos.

Ela é misteriosa e pode ser vingativa.

Conclusão

Então, esses são os 12 Orixás mais poderosos e importantes, Deuses da mitologia iorubá e religiões derivadas dessa incrível cultura. Espero que você tenha uma imagem mais clara deles e agora você pode se familiarizar com essas forças.

Gostaria de lembrar que existem mais de 400 Orixás por aí e diferentes lugares podem destacar outros como os principais. Esses 12 são os mais cultuados nas religiões afrodescendentes, como a Umbanda e o Candomblé no Brasil e também são populares na África e na Santeria cubana.

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Quem são os principais Orixás
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Orixás - Os 12 principais Deuses na Mitologia Iorubá
Orixás – Os 12 principais Deuses na Mitologia Iorubá

O que significa Orixá?

A palavra Orixá pode ser entendida como “Guardião da nossa cabeça”. Cada Orixá representa uma força diferente e é comum que cada um de nós tenhâmos um “Orixá de cabeça” que nos guia e protege.

Qual Orixá rege 2023?

A Orixá regente de 2023 é Nanã Buruquê.

Quais os 7 Orixás da Umbanda?

Os 7 principais Orixás cultuados na Umbanda são: Oxalá (também conhecido como Obatalá ou Oxalufã), Ogum (o Orixá Guerreiro), Oxóssi (O Orixá caçador), Xangô (irmão de Ogum, também um Orixá Guerreiro), Iemanjá (Mãe das águas), Oxum (a Orixá dos rios) e Iansã (a Orixá dos ventos e tempestades).

Qual o nome dos 16 Orixás?

Na nação Ketu e também no jogo de Búzios, são 16 os principais Orixás. São eles: Oxalá (Obatalá), Nanã Buruquê, Exú, Oxóssi, Ogum, Xangô, Ossaim, Ewa, Logun Edé, Ibeji, Oxumaré, Omulu (Obaluaê), Obá, Oxum, Iemanjá e Iansã.

Qual o Orixá da cura?

O Orixá da cura é Omulu (Obaluaê). Ele pode tanto curar quanto causar doenças.

Quais são os Orixás Guerreiros?

Existem muitos Orixás guerreiros, mas os principais são Ogum e Xangô.

Qual o Orixá mais mulherengo?

Ogum e Xangô disputam o título de Orixá mais mulherengo. É dito que Ogum se relaciona com todas as mulheres que entrarem na floresta onde ele habia. Já Xagô é um conquistador que tenta seduzir as mulheres.

Quais os Orixás mais velhos?

Os Orixás mais velhos são Oxalá e Nanã Buruquê. Os dois criaram os humanos juntos.


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