Neste post você vai conhecer a história da Deusa Perséfone, a Deusa do submundo (Hades) e também da Primavera.
Além disso, você vai conhecer os principais mitos de Perséfone, seu símbolo, arquétipo e como ela se relaciona com outros Deuses e Deusas da Mitologia Grega.
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Conteúdo
Perséfone na Mitologia Grega
Perséfone é filha da grande Deusa Deméter e de Zeus! Ou seja, ela já é poderosa por natureza.
A equivalente Romana a Perséfone se chama Proserpina, portanto as duas compartilham das mesmas características e mito.
Ela é uma jovem Deusa cheia de alegria e energia que representa a primavera, as flores e a vida em si. Nesta forma ela também é chamada de Kore.
Ela é tão bela que despertou o desejo de um Deus que a quis como esposa: Hades, o Deus do Submundo.
Hades sabia que nem Deméter e nem Zeus permitiriam que ele tomasse Perséfone como esposa.
Então ele cria um plano e o leva em frente, mudando o destino dela e, consequentemente, de Deméter.
Hades e Perséfone: o rapto
Num belo dia, Perséfone estava colhendo flores com amigas no campo.
De repente, Hades abriu um buraco no chão e surgiu em sua carruagem puxada por cavalos negros! Neste momento as amigas dela ficaram assustadas e, por isso, fugiram.
Hades seguiu com seu plano:
- primeiramente ele raptou Perséfone;
- logo em seguida ele a levou para o submundo.
As amigas dela não viram o que aconteceu exatamente e por isso ela desapareceu, sem deixar rastros.
Este episódio conhecido como “O Rapto de Perséfone” (ou “O Rapto de Proserpina“) marca o início de grandes mudanças na vida da própria Deusa e igualmente na vida de sua mãe, Deméter.
Essas mudanças afetam a Terra e são tão grandes que resultam em Perséfone e Deméter sendo amplamente cultuadas até hoje.
Deméter e Perséfone: a busca
A Deusa da colheita e da agricultura, Deméter, aguardou o retorno da filha Perséfone naquele dia, mas ela não voltou.
Deméter então resolveu procurar a filha pelos campos de flores, mas também não a encontrou.
Ninguém sabia onde a Jovem Deusa estava. Nenhuma ninfa sabia, nenhum Deus fazia ideia.
Desta forma, Deméter entrou em um estado de tristeza tão grande que as flores murcharam e a Terra em si secou.
Por isso, todos ficaram sem frutos, sem colheitas.
Quando a situação começou a se agravar ainda mais, uma esperança surgiu.
Existem duas formas sobre como Deméter soube sobre o paradeiro da filha:
- Hélio, o Deus do Sol, percebeu que não enxergava a Deusa em nenhum lugar da superfície terrestre. Então concluiu que ela só poderia estar no Submundo, em Hades;
- Hécate, a Deusa da Bruxaria, se tornou amiga da Deusa no submundo e percebeu a tristeza da jovem Deusa. Então ela decidiu procurar Deméter para falar sobre a filha.
Qualquer que seja a forma como Deméter descobriu o paradeiro de Perséfone, havia um obstáculo para que ela fosse buscar a filha.
O acesso ao Submundo era bastante restrito. Apenas alguns Deuses podiam ir e vir à vontade, logo, Deméter precisaria de ajuda.
Deméter vai até o submundo
Com a ajuda de Hécate, que tem livre acesso ao submundo, e de Hermes, também com esse poder, Deméter vai buscar Perséfone.
Porém, ao chegar lá, ela descobre que a filha não estava “perdida” por lá, ela havia se tornado a Rainha do Submundo, a Rainha dos Mortos.
Hades se recusa a deixar Deméter levar a filha de volta à superfície e isso gera um atrito que poderia culminar numa guerra.
Sendo assim, Zeus entra no caso para julgar o que vai acontecer, pois existe uma regra:
Quando alguém entra no submundo, se consumir alguma coisa lá, nunca mais poderá sair.
Regra de Hades
Ao questionar Hades se ela havia comido alguma coisa, é revelado que Perséfone havia comido uma Romã – dada por Hades, claro! Por isso ela jamais poderia sair do Submundo.
Para não irritar Hades, o sequestrador, e para consertar o mundo que está morrendo por causa da tristeza de Deméter, Zeus conclui que Perséfone possa sair do submundo por apenas um período do ano, devendo retornar após esse período.
As estações do ano
Com esta decisão de Zeus sobre Deméter e Perséfone nós temos a criação das estações do ano.
Quando Perséfone sai do submundo, ela traz a Primavera e alegra a sua mãe, Deméter, que consequentemente faz o verão acontecer.
Neste período as plantas estão fortes, há colheita e frutos.
No outono, Deméter começa a ficar triste, pois sabe que a filha retornará ao submundo.
Neste período o calor diminui, as plantas começam a morrer e a quantidade de frutos também é reduzida.
Quando Perséfone retorna ao submundo, o inverno acontece na Terra devido à tristeza total de Deméter.
Por isso não há mais colheita e nem frutos até que ela volte e Deméter se alegre novamente.
A Rainha do Submundo
Embora ela tendo sido raptada e levada ao Submundo sem consentimento, Perséfone se adapta ao lugar e exerce com maestria seu papel de Rainha do Submundo.
É dito que ela faz companhia para Hades enquanto os dois assistem as almas sendo torturadas por toda eternidade pelas Erínias (ou Fúrias na versão Romana).
As Erínias são Deusas que castigam os mortais de diferentes formas. As 3 principais são:
- Alécto – aquela que pune os crimes morais;
- Megera – aquela que pune crimes como roubo, quebra de promessas e infidelidade;
- Tisífone – aquela que pune assassinos.
E em algumas versões da Mitologia Grega, como na Órfica por exemplo, as Erínias são filhas de Perséfone e Hades!
Perséfone e Hécate
No submundo, Perséfone está sempre acompanhada de Hécate, que a protege.
Hécate tem livre acesso ao submundo e é respeitada por todos.
Sendo assim, desde o início do rapto de Perséfone, Hécate se mantém próxima a Jovem Deusa e as duas se tornam grandes amigas.
Quando olhamos essa ligação entre Hécate e Perséfone, podemos inclusive incluir Deméter e enxergar aqui um aspecto de Deusa Tríplice:
- Perséfone, a Donzela;
- Deméter, a mãe;
- Hécate, a anciã.
As três têm domínio sobre a vida e sobre a magia.
Isso nos leva a enxergar a Jovem Deusa como conhecedora da magia, uma jovem aprendiz que, um dia, se tornará tão poderosa quanto Hécate.
Perséfone e Adônis
Ainda em sua face de Rainha do Submundo, Perséfone protagoniza um outro episódio que também é relacionado ao ciclo das estações do ano e da fertilidade da Terra.
Desta vez, ao invés de sua mãe, Deméter, ser responsável por tudo, o responsável é o jovem Adônis, amante da Deusa Afrodite.
Neste episódio, ela não é representada como uma jovem indefesa que colhe flores, mas sim como a rainha que decide o que deseja e não se importa se tiver que fazer uma guerra por isso.
Tudo começa quando Afrodite se apaixona pela beleza de Adônis e o quer para ela o tempo todo.
Com ciúmes e medo de que alguém mais quisesse Adônis, pois sua beleza era inigualável, ela o esconde num baú e entrega para Perséfone para que ela o guarde no submundo em segurança.
Contudo, num determinado momento a Rainha do Submundo fica curiosa com o conteúdo do baú de Afrodite, pois deveria ser algo de extrema importância para estar escondido no Submundo.
Quando ela abre o baú ela se encanta também por Adônis e o quer pra ela.
Então quando Afrodite pede o baú de volta, ela se nega a devolver, gerando um grande conflito entre as duas.
O conflito é tão grande que Zeus tem de intervir para dar um basta e evitar que as duas criem uma guerra no final.
Zeus então decide que Adônis viverá em “3 momentos” diferentes.
- Ele passará um terço do ano com Perséfone;
- Outro terço ele passará com Afrodite;
- O outro terço ele poderia escolher o que fazer, e ele decide ficar com Afrodite.
Essa ida e vinda de Adônis simboliza a germinação de uma semente e o florescer.
Consequentemente, também simboliza as estações do ano.
A morte de Adônis
Parece que Afrodite saiu vitoriosa com a decisão de Adônis de passar o outro terço do ano ela, contudo não houve vitória.
Num dia qualquer, Adônis é atacado por um Javali – alguns dizem ser Ares, o Deus da Guerra disfarçado, com ciúmes de Afrodite – e assim morre nos braços de Afrodite.
Após isso, o festival Adonia é criado, onde mulheres, somente mulheres, lamentam a morte de Adônis durante o Solstício de Verão.
Símbolos de Perséfone
Essa Deusa tem duas faces distintas, por isso ela também possui dois símbolos principais bem distintos.
O primeiro deles é a flor.
As flores representam Perséfone como Deusa da Primavera, a jovem inocente e bela, cheia de energia.
Neste aspecto, ela também se chama Kore.
Neste aspecto, ela traz paz, leveza e alegria a todos que a encontram.
O outro símbolo é a romã.
A romã está associada a Perséfone não somente por ter sido o fruto que a “prendeu” no submundo.
A romã com sua grande quantidade de sementes representa vida, e sua cor representa o sangue
Logo ela é um símbolo de fertilidade.
Mas a romã também simboliza a morte, pois quando aberta, suas sementes (a vida) vão sendo arrancadas, uma a uma.
Outra interpretação aponta que a romã, por sua cor de sangue, represente também a menstruação.
Quando a Deusa é levada para o submundo ela se deixa de ser uma menina e se torna uma mulher.
Neste aspecto, Perséfone é a Rainha do Submundo, soberana sobre a vida e sobre a morte.
Ela é capaz de fazer uso da magia, é capaz de julgar os mortos e de saber “que fim” cada um levará.
Os Mistérios Eleusinos
Um dos principais rituais da Grécia Antiga era dedicado a Deméter e a Perséfone e retratava justamente o rapto e a volta de Perséfone.
Os nomes destes ritos era: “Os Mistérios Eleusinos”.
Eles eram feitos de 5 em 5 anos e ninguém, até hoje, sabe exatamente o que acontecia durante a celebração.
Sabe-se, contudo, que os ritos eram relacionados à fertilidade.
Hoje, arqueólogos encontraram uns vasos retratando esses mistérios, mas exatamente como eles eram feitos, ninguém sabe.
Muito informativo este canal.
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